domingo, 6 de janeiro de 2013

Amor Medroso- Capitulo 49


Amor Medroso

*Joe On*

Sentado na cama, abri calmamente a carta que estava em minhas mãos, sendo atingido com o cheiro de Demi me intoxicando.
Eu amo isso.
Sim, eu amo.

*Carta On*

“Eu duvido. Duvido que você não chame meu nome quando você sente falta de alguém, duvido que não sinta falta do meu carinho sempre tão sincero,
falta de me contar como foi seu dia, as histórias da sua vida que sempre foram pra mim melhor do que qualquer novela. Duvido que você não me procure nas biscates que você pega por aí, sempre tão vazias. Vazias igual a sua liberdade idiota que nunca te serviu pra porra nenhuma. Talvez esse seja o nosso problema, eu sou completa demais pra sua vidinha mais ou menos. Eu sinto, eu penso, eu falo, eu te conheço, isso te assusta né? “Tô invadindo seu espaço? Desculpa.” Essa fui eu, durante todo esse tempo, me desculpando por que mesmo? Me diminui pra você ficar maior, pra você não me perceber entrando na sua vida. Se você pudesse sentir o quanto isso dói você quem iria se desculpar. Eu queria ligar pra você, e te falar sem pausas tudo que eu ensaio toda vez que você me magoa, mas nunca digo pra não te magoar, afinal você não me faz mal por mal, e talvez esse seja o pior mal que se possa fazer a alguém, tão natural. Bobagem, como se algum ensaio no mundo fosse me deixar firme depois do seu ‘alô’. Então é isso, tô te escrevendo. Sempre fui mais segura com as palavras. Tô te escrevendo pra talvez um dia te enviar, mas to escrevendo. E não é sobre você dessa vez, é sobre mim. Sobre o quanto eu sou boa, igual a mim tá difícil meu bem. Sobre como eu não preciso usar cinco centímetros de saia e um decote no umbigo pra ser mulher; Sobre como, ainda assim, só eu sei fazer de você um homem. Sobre muitas coisas, mas principalmente, sobre quantos homens eu poderia estar saindo nesse exato minuto. Não é com você, é comigo sabe? Por exemplo, EU te idealizo nesse momento como o melhor, não que você seja. Acho legal você brincar com a sorte, mas se eu fosse você não teria tanta certeza da minha posse assim. Talvez ninguém tenha te avisado ainda, então desculpa se eu vou te dar essa notícia sem te preparar antes, mas a porra do mundo não gira em torno do seu umbigo. Ficou chocado? Acontece. Só queria te dá um conselho, em nome da nossa amizade e meu carinho por você, tira uma mão da liberdade e segura um terço. Fica assim, agarrado nas duas coisas sabe? E reza, reza muito pra não aparecer ninguém que mexa comigo enquanto você fica brincando de não saber o que quer. Porque eu sou amor, e ainda que não seja o seu, essa é a minha essência. E você não deve acreditar muito nessa ideia, pelas tantas vezes que eu quase fui, mas um dia eu vou.. sempre foi assim. Mas deixa eu te contar um segredo: se eu for, eu não volto.”

*Carta Off*

Chorei.
Chorei e solucei igual um bebê.
Era 23:00 da noite. Chorei, solucei, levantei da cama e vesti uma blusa qualquer.
Quando ia girando a maçaneta, Nick e Liam apareceram na minha frente assustados.

- Não entendo, porque você está fazendo isso? _Liam perguntou enquanto eu saia de casa_
- Porque quando você ama uma coisa tem que lutar por ela. _respondi sorridente e sai de casa, tendo convicção do que estava fazendo e o destino em que seguiria_

Pela primeira vez na vida estava tomando coragem, e a sensação é esplêndida!

*Joe Off*
*Demi On*

Na calada da noite, chorei, houve o peso de uma lagrima em meu travesseiro. Era saudade. Saudade de Joe.
Ai a gente deita na cama, mas não tem sono, a gente vira para um lado, desvira para o outro, olha para cima, vai lembrando-se de algumas coisas e vai dando um aperto no coração, vai querendo coisas que não deveria querer, vai sentindo um nó na garganta, vai deixando as lágrimas descerem pelo canto do rosto.. Só pra ver se alivia um pouco, se passa a dor...
Comecei a chorar feito uma criança coberta com meu edredom, até alguém aparecer na porta do meu quarto e sentar-se na beirada da cama, me fitando com compaixão.

- Não chora, vai borrar o sorriso. _falou, era Joe, aquela voz me acalmou_
- Diz que é verdade, que tem saudade, que você ainda pensa muito em mim. _falei baixo, ainda sentada com as costas na cabeceira da cama e agarrada com o edredom_
- Sempre pequena, sempre! _falei com um meio sorriso_
- Não sei explicar, mas dói. Dói ficar longe de você. _confessei_
- Irônico não? _falou abismado_
- O quê? _perguntei baixinho_
- Antes eu era seu.
- E…?
- E, hoje mesmo estando longe, sou mais ainda. _sorrimos_
- Eu quero você. Então seja corajoso e me queira de volta. _falei e ele sorriu grande_
- Eu sempre fui seu e sempre lhe quis. _agora foi minha vez de sorrir grande_
- Então você é meu? _perguntei sapeca_
- Sou. E você? É minha?
- Sou.

O silêncio se instalou no local, continuamos olhando um para o outro. Sem falar absolutamente nada, não tínhamos o que falar naquele momento.

*Demi Off*
*Joe On*

- E quando a gente não tiver mais assunto? _Demi perguntou baixinho_
- Você me beija. _respondi e ambos sorrimos_

Demi veio até mim e lentamente sentou-se de lado no meu colo, como uma verdadeira criança.
Segurei as suas pernas e segurei em sua cintura, apenas observando o que ela iria fazer.
Demi segurou firme em minha nuca e me levou até ela, selando nossos lábios fortemente.
...
Continua!
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